
O desenvolvimento sustentável de Moçambique. O nosso grande desafio
Moçambique é uma democracia jovem que nas últimas décadas tem realizado diversos projectos em áreas fundamentais, tais como a saúde, a educação, a energia e criação de infra-estruturas, com o objectivo final de impulsionar seu desenvolvimento sustentável e garantir o bem-estar social e integridade do nosso povo.
Neste contexto, eu fui trilhando meu próprio caminho, passo a passo, com firmeza e convicção. Tal como Moçambique confrontava as barreiras que impediam o seu progresso social, eu também fui superando meus desafios, procurando sempre a excelência em tudo o que me propunha a fazer.
Eu tinha um sonho de infância que era o de desenvolver um projecto capaz de fazer a diferença e que pudesse deixar um legado para a sociedade moçambicana. O nascimento do grupo SOICO foi a materialização deste grande sonho que tem prosseguido com criação de projectos que procuram induzir uma transformação positiva na nossa sociedade, como o MOZEFO, MOZTECH, MOZGROW ou a FUNDASO.
Consciente que o sucesso do nosso processo de desenvolvimento dependerá da acção conjunta do Governo, Sector Privado e Sociedade Civil, tenho assumido a responsabilidade e um papel activo como agente privado na promoção do desenvolvimento sustentável, económico e social, do Moçambique.
Mas para efectivamente alcançar essa transformação, devemos trabalhar num contexto económico e social que coloca um conjunto de grandes desafios e que, para enfrentá-los, é necessário tomar decisões complexas sobre o rumo a seguir.
Infelizmente, o nosso país continua a sofrer os efeitos da crise financeira. O crescimento real do Produto Interno Bruto (PIB) desacelerou e encontra-se bem abaixo do crescimento de 7% alcançado em média entre 2011 e 2015. Segundo o Banco Mundial, espera-se que o crescimento permaneça relativamente estável em torno de 3% no médio prazo.
Nesta conjuntura, um dos principais desafios atuais para nosso desenvolvimento sustentável efectivo é a restauração da estabilidade macroeconómica. A decisão do Governo de conceder todo o apoio institucional às investigações no âmbito da implementação das recomendações constantes na auditoria internacional independente é louvável e necessária.
Por outro lado, torna-se necessário um maior apoio ao sector privado, especialmente às PME. As pequenas empresas experimentaram crescimento e dinamismo quando Moçambique viu uma aceleração do seu crescimento: o número de empresas no sector formal do nosso país duplicou desde 2002 e estas empresas empregam agora o dobro de trabalhadores que em 2002. Mas a crise económica teve um impacto desproporcionalmente negativo nas micro, pequenas e médias empresas emergentes e elas precisam de apoio específico.
Pela positiva, o sector extractivo tem sido um factor de resiliência e impulsionador da recente melhora no crescimento, já que manteve uma taxa de crescimento da produção de dois dígitos desde 2016. A exploração dos nossos recursos naturais, especialmente das nossas reservas de gás, significará o desenvolvimento de projectos de grande escala no nosso território nacional, megaprojectos que têm o potencial de criar oportunidades inigualáveis para as populações locais desenvolverem capacidades técnicas e profissionais, impulsionando assim o país a tornar-se competitivo na arena global.
No entanto, é fundamental a diversificação do nosso sistema produtivo, a fim de transformá-lo numa economia diferenciada e competitiva. Neste sentido, o turismo é um dos pilares estratégicos em que Moçambique deve apostar para garantir uma distribuição de renda mais justa, sendo que se trata de um sector que pode criar muitos empregos, relançando a actividade de produção de serviços em muitas partes do território nacional. Sem esquecer de fortalecer, ao mesmo tempo, os principais impulsionadores da inclusão social e do desenvolvimento sustentável, como a melhoria da educação de qualidade e a prestação de serviços de saúde.
Na sua essência, o desenvolvimento sustentável é um processo humano, é nas pessoas e na sua capacidade transformacional, que deve estar o foco das organizações e dos estados para promovê-lo. E este processo consegue-se com o instrumento mais decisivo para acelerar mudanças: o conhecimento.
É neste contexto que decidi criar este novo canal de comunicação que permitirá a partilha das minhas ideias, opiniões, informações e conhecimento. A partir de hoje, estaremos mais próximos no intercâmbio do conhecimento, fundamental para o desenvolvimento de uma cidadania mais informada, crítica e empoderada.